sábado, novembro 05, 2005

CX - II

Nada mais sentes que não as ondas de meu coração
rebentando na costa perdida do teu peito;
crinas de cavalo enraivecidas como maré
unicamente domadas pela tua branda mão.

As palavras são longas e calmas,
cobertas de mel e frutos silvestres,
polvilhadas com pó de baunilha.
O toque longínquo, porém suave e terno é,
e o pecado cresce tentadoramente.

Adoçar a minha frieza
suplico-me para que te deixe,
não querendo ficar desamparada
no circulo que própria risquei
fechei e me tranquei.
Não pertences ao meu mundo,
não me pertences tentação...

Difícil será adoçares meus pensamentos,
enquanto souber que não poderás ser meu.

E aqui perco a coerência da minha opinião,
ao dizer que ninguém é de ninguém,
estando triste, pois, não me pertences!
Mas,
nem mesmo isto te doma,
nem mesmo isto me proíbe a vontade;
que também é criada por ti.

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