sábado, novembro 05, 2005

Mirage

As noites são secas.
Os ventos não sopram,
de tão quentes que são
e o calor instala-se;

O livro encontra-se só
no parapeito da sua janela,
folheando-se a si próprio,
enquanto banhos de lua toma;

Nos corredores do seu abrigo,
passeia seu belo porte
- dourada como campo de trigo -
sem roupa alguma qu´a suporte;

Cheirando a canela movimentos;
a jasmim, alecrim, sei lá...
Para mim doces tormentos
na noite abafada que está;

Pouse para mim Miragem,
envolvida em tâmaras;
Pouse para mim Miragem,
vestida em tons de cetim;
Pouse para mim Miragem.

Sem comentários: