sexta-feira, fevereiro 16, 2007

O vento chamou por MIM



Acordei com o teu chamamento.
As notas mágicas e exuberantes
seduziam o meu delicado ouvir.

Acordei.
Corri em tua direcção…
Abracei-te contra o corpo…
e os meus sentidos pararam.

Cresci para te alcançar os olhos.
Que cintilante brilho translúcido
luzia por mim adentro!!
Atravessaste-me…como o sol
da madrugada atravessa o rio
mostrando o caminho aos adormecidos.

Erguei a tua mão sedosa!
(Invoquei-te uma dança
Um rodopio sem fim
Enlaçado com o hipnotismo).

Girei a teu lado…
Descobri cantos e recantos escondidos
e tabulei todos eles
para que um dia…
Um dia te possa encontrar!

Teu corpo sem casa
tornou o meu com asas
na volta gigante que contigo fiz sem hesitar!

Enquanto dançávamos fizeste de orquestra.
Nessa singela sonância desamarrei-me
de todos os pensamentos
Que loucos pelo teu corpo bailavam
E por entre mim trespassavam
Alegres. Como se todos fossem -
Alegres.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Um final certo

 

E o pano cai por fim
sobre o palco incompleto!

Desfecho.
Vêm-se lenços pálidos no horizonte
flores atiradas ao vento caindo sob a realização pessoal
que não se cumpriu.

Ouvem-se prantos e lágrimas sugadas pela terra
espezinhada
de tristeza e abafada com o calor humano.

Do outro lado… Do outro lado…

Da compreensão do que é a vida

Não se ouve nada…
São olhares que não revelam sorrisos

apenas mãos mortas recônditas na algibeira.


Pessoas sem coração!

Diz quem tem o peito em explosão.

Porém…

São apenas livros fechados
perante o sofrimento que a vida trás
na semente
lançada pela plantação divina
que cresce em nossos corpos

mutilados repletos de questionamento.


Porque tudo tem um começo e possivelmente um fim.