terça-feira, agosto 26, 2008



Às vezes rabisco coisas sem pensar. Às vezes e muitas vezes escrevo coisas que não percebo
hoje, apenas amanhã. Conheço o Tempo e apenas não sei disso. Quem diria! Às vezes espalhava-me sobre as teclas do piano que alguém tocava e eu nunca ouvi. Hoje esmago-me contra o vento e sorrio. Com medo na ponta dos pés anseio percorrer o cosmos. Talvez ele me conceda asas e eu possa flutuar. Concebo mentalmente tantas coisas sem perceber e deparo-me com o futuro sem querer. É como o fruto madrugado que só cai da árvore ao entardecer. Levanto pontes de cume a cume e trespasso o gelo por teimosia. Sei quem sou, o que quero, o que faço, hoje ou em outro dia. D’stantes a instantes passo de mim para outro eu. Cerro o ânimo extrínseco e deparo-me com o meu resto. Acomodo-me imaginariamente.