segunda-feira, julho 04, 2011

Pânico, caos, dor e exterminação.


Nos últimos dias as igrejas têm estado lotadas. Apavoradas, famílias inteiras carregam nos braços novas gerações que poderão nunca vingar. O que há de pior no mundo revelou-se e o povo, até há pouco descrente, bate até que os punhos ensanguentados rompam os portões do culto.


Chegou a Era do Apocalipse, a Era onde todos têm o mesmo valor. A Era em que a humanidade vale menos que as cinzas e a crueldade conquista de rompante o que há muitos milénios lhe foi tomado. 

Nunca as religiões tiveram tantos devotos. 


A sobrevivência é um suplício: o povo que quer viver e morrer santo, ajoelha-se perante Deus e reza de estômago vazio ao som da morte alheia. No interior do santuário ecoam os gritos dos irmãos que apelam pela salvação divina. 

Encurralado nos portais da sua existência há muito que Deus não sofria desta forma. 


Os ancestrais avizinham anos de escuridão onde o Homem, pela primeira vez, não se esconde de si próprio. 

Chegou a adoração forçada pelo medo gravado em canto da mente. A alma é somente entregue à devoção. 

O Homem nunca desejou tanto a ignorância.